Estágio 2

O estágio 2 de MRONJ é caracterizado, clinicamente, pelo tecido ósseo necrótico exposto em região intra e/ou extraoral, presença de eritema, ulceração e/ou fistulas em tecidos moles. Tendo evidências de infecção, associadas ou não de drenagem purulenta; sendo, portanto, pacientes sintomáticos na maioria dos casos.

A alteração de tecido mole que pode ser observado neste estágio se dá justamente pela interferência das medicações antirreabsortivas na migração de fibroblastos e pela sua ação antiangiogênica. Há ainda a presença de sequestro ósseo, característica que pode ser confirmada, posteriormente, através do exame imaginológico.

Mesmo após a suspensão do uso da medicação, os bisfosfonatos ainda ficam depositados em tecido ósseo por apresentarem uma meia-vida em ordem de 10 anos e, por isso, ainda continuam sendo liberados na corrente sanguínea e predispondo o paciente a MRONJ. A presença de comorbidades sistêmicas relacionada a dificuldade de reparação tecidual, como Diabetes Mellitus, doenças autoimunes, histórico de quimioterapia e uso de tabaco, também estão associadas a ocorrência e ao agravamento desta condição e devem ser levadas em consideração pelo Cirurgião Dentista durante o tratamento.

Radiograficamente pode-se observar tecido ósseo denso e/ou com esclerose e presença de tecido ósseo não remodelado. Além de regiões de tecido ósseo necrótico desprendidos das corticais basais, os chamados sequestros ósseos, que podem ser observados, na maioria dos casos, sendo a região de tecido ósseo exposto, intra e/ou extraoral. Para o planejamento e excussão de tratamento cirúrgico (sequestrectomia), as tomografias computadorizadas helicoidais ou de feixe cônico podem ser mais oportunas para analisar essas alterações e planejar o tratamento. Esses exames permitem uma análise tridimensional (3D) mais precisa quanto a presença de sequestros ósseos, avaliação da densidade óssea, mensuração da espessura da cortical óssea e limites da lesão. A Ressonância magnética e a cintilografia são exames menos comuns, mas que podem auxiliar na identificação de áreas necróticas nas fases precoces da MRONJ por conta da alteração na intensidade de sinal captado por esses exames nas regiões ósseas acometidas. Por fim, além de auxiliarem no estadiamento da MRONJ, os exames imaginológicos contribuem na identificação de sinais subclínicos e são de grande importância para acompanhar a evolução da doença e de seu tratamento.

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Tiburtino José de Lima Neto

Tiburtino José de Lima Neto

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