O estágio 1 é caracterizado pela diminuição da celularização, da quantidade de oxigênio e da vascularização devido às alterações no turnover ósseo causadas pelas medicações antirreabsortivas podem alterações inflamatórias locais e levar a necrose óssea. Essas alterações locais culminam, a partir do estágio 1 da MRONJ, na característica mais representativa dessa doença, a exposição de osso necrótico na cavidade oral persistente por mais de 8 semanas.
No entanto, nesse estágio o paciente não relata sintomatologia e não são observados sinais clínicos significativos de infecção ou inflamação adjacente à exposição óssea. Pacientes em estágio 1 de MRONJ podem permanecer assintomáticos por longos períodos. Os sintomas normalmente irão aparecer juntamente com a inflamação dos tecidos adjacentes ao osso necrótico, sendo eles dor, mobilidade dentária, eritema, ulceração e alterações sensoriais ligadas a terminações nervosas circunjacentes.
A MRONJ é prevalente na mandíbula em áreas com mucosa fina, com pouco queratinizada e de proeminência óssea tais como exostoses e crista milo-hióidea, porém casos em maxila ou acometendo ambos os maxilares também são observados com frequência. Na MRONJ em estágio 1, de maneira geral e inespecífica, é possível observar esclerose óssea, imagens radiolúcidas ou hipodensas, aumento do espaço do ligamento periodontal e aumento da espessura da cortical óssea ao analisar os exames imaginológicos.
Tendo em vista que o estágio 1 representa um estágio inicial, essas características irão apresentar menores dimensões e intensidade quando comparadas aos estágios mais avançados. Exames com maior amplitude, porém com menor definição, como é o caso da radiografia panorâmica, podem esconder ou não serem capazes de captar o real acometimento ósseo causado pela MRONJ. Dito isso, as radiografias panorâmicas representam um exame inicial destinado a visualização geral das possíveis alterações ósseas presentes nos maxilares e fatores orais que podem contribuir para o desenvolvimento e manutenção da MRONJ, por exemplo doenças periodontais e/ou periapicais.
Entretanto, para o planejamento e excussão de tratamento cirúrgico (sequestrectomia), as tomografias computadorizadas helicoidais ou de feixe cônico podem ser mais oportunas para analisar essas alterações e planejar o tratamento. Esses exames permitem uma análise tridimensional (3D) mais precisa quanto a presença de sequestros ósseos, avaliação da densidade óssea, mensuração da espessura da cortical óssea e limites da lesão. A Ressonância magnética e a cintilografia são exames menos comuns, mas que podem auxiliar na identificação de áreas necróticas nas fases precoces da MRONJ por conta da alteração na intensidade de sinal captado por esses exames nas regiões ósseas acometidas. Por fim, além de auxiliarem no estadiamento da MRONJ, os exames imaginológicos contribuem na identificação de sinais subclínicos e são de grande importância para acompanhar a evolução da doença e de seu tratamento.