A MRONJ tem sido definida como uma presença de tecido ósseo exposto em cavidade bucal por mais de 8 semanas, sem cicatrização, em pacientes com histórico de uso de medicações antirreabortivas. De modo que, hoje é possível entender as demandas e cuidados para com pacientes desde situação de risco para MRONJ até para pacientes em estágio 3, considerado mais avançado da condição.
Com a ampliação dos conhecimentos sobre MRONJ na educação odontológica, tem sido possível observar o perfil de indivíduo mais frequentemente acometido, principalmente por meio das inúmeras revisões sistemáticas que têm sido traçadas sobre o assunto. Nesse sentido, mulheres, comumente acima de 50 anos, que fizeram uso de alendronato ou zoledronato, fazem parte da população com maior ocorrência. Em relação a gravidade, tem sido observado que os pacientes com câncer chegam a estágios mais avançados da doença, o que possivelmente está relacionada à administração de doses mais elevadas das medicações, bem como à imunodeficiência estabelecida em decorrência do tumor e de seu respectivo tratamento. No geral, os estudos sugerem que entre os pacientes com risco de MRONJ, aproximadamente 5% são pacientes com câncer, em contraste com os pacientes com osteoporose, que representam 0,05% dessa população. Se sabe ainda que, devido à longa meia-vida desses medicamentos e sua interação com o tecido ósseo, as chances de desenvolver MRONJ aumentam com o uso prolongado.
Referências
RUGGIERO, Salvatore L. et al. American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons’ Position Paper on Medication-Related Osteonecrosis of the Jaw–2022 Update. Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, 2022.
WAN, Jason T. et al. Mitigating osteonecrosis of the jaw (ONJ) through preventive dental care and understanding of risk factors. Bone research, v. 8, n. 1, p. 1-12, 2020.